O aparelho, em si, e dotado de dois eletrodos: o POSITIVO, que geralmente e largo (uma placa, bracelete ou cilindro a ser segurado pelo paciente) e um NEGATIVO, que e o eletrodo cirurgico propriamente dito. Ao polo Negativo se adaptarao as pontas ativas, que estao a disposicao, no mercado, sob formas as mais variadas, como pontas de agulhas, pequenas esferas, pequenos circulos, etc.
Existem aparelhos que nao possuem o eletrodo positivo, pois geram altas frequencias (tecnica Unipolar), cujo circuito se fecha atraves da capacidade eletrica do paciente com respeito ao "terra", porem sua eficiencia nao e das melhores.
A ADA (American Dental Association), em 1.979, atraves do Council on Dental Materials, Instruments and Equipament, criou a Specification n. 44 for Eletrosurgical Equipment, onde e definido que o eletrobisturi deve possuir uma frequencia entre 1,5 e 4 MHz, com potencia que nao exceda 100 Watts (a literatura considera a potencia otima, entre 40 e 60 W) . Os equipamentos que atendem as exigencias da ADA, fabricados nos USA, possuem estampados, em suas embalagens, o selo da ADA, o que certifica que a norma n. 44 foi acatada na fabricacao do aparelho. Caso o aparelho nao seja de procedencia Norte-Americana, os valores de frequencia e potencia deverao, de qualquer forma, estar compreendidos dentro dos padroes da ADA que, normalmemte sao aceitos em todo o mundo. Os bisturis eletronicos podem funcionar de quatro formas diferentes: coagulacao, disseccao, eletrosseccao e fulguracao.
Em resumo: eles cortam ou "queimam" atraves de faiscas eletricas.
A literatura cita como VANTAGENS:
- Incisoes rapidas e precisas, sem necessidade de exercer maior pressao sobre os tecidos.
- Facil acesso e visualizacao de areas dificeis.
- Grande facilidade na remocao de tecidos hipertroficos.
- Bom controle da hemorragia.
- O contorno dos tecidos e a arquitetura gengival normal podem ser restaurados com maior facilidade.
- As areas interproximais sao operadas com muita facilidade, em relacao as tecnicas convencionais.
- Prevencao da infiltracao de micoorganismos na linha de incisao
- Permite o aplainamento de tecidos moles
- Dispensa a afiacao de instrumental.
Como DESVANTAGENS, temos:
- Necessidade de aprendizado detalhado do operador para utilizar uma
- tecnica precisa e exata de instrumentacao.
- Necessidade de muita atencao durante o emprego do aparelho porque variacoes de intensidade na corrente eletrica podem trazer problemas tecnicos.
- Nao pode ser usado na presenca de elementos inflamaveis, explosivos e determinados agentes anestesicos, devido ao risco de incendios e explosoes.
- Desprendimento de odor desagradavel e, eventualmente, fumaca.
- Preco relativamente elevado.
- Alteracoes pulpares.
- Formacao de sequestros osseos.
Com relacao ao uso do aparelho, a potencia deve se situar entre 40 e 60 W. Quando os tecidos comecam a aderir ao eletrodo, significa que a quantidade e a intensidade da corrente sao insuficientes. Se a potencia e excessiva, o eletrodo pode causar uma excessiva coagulacao ou a formacao de zonas necrosadas, tomando o bordo uma tonalidade amarelada. Se a velocidade de deslizamento for muito pequena, pode-se, tambem, observar este efeito. O desprendimento de fumaca significa que a intensidade da corrente e maior que o recomendavel.
Como dissemos, o treino e essencial, e pode ser iniciado em pedacos de carne bovina, mantidos na temperatura ambiente.
Existem algumas NORMAS DE SEGURANCA a serem adotadas:
- Aparelho conectado ao fio terra.
- Nao usar instrumentos metalicos perto da zona de trabalho, ou isola-los com latex.
- Usar sugador de alta potencia proximo ao eletrodo (por causa do odor).
As principais INDICACOES da literatura sao:
- Limites das moldagens de coroas e pontes.
- Aumento de coroa clinica em dentistica, endodontia, ortodontia e protese.
- Remocao de tecido ao redor de resinas compostas anteriores, para visualizacao e eliminacao do "pink composite".
- Remocao de tecido interproximal, para facilitar a colocacao de matrizes.
- Correcao de contornos desdentados, areas de ponticos e areas de base de proteses totais.
- Eliminacao de hiperplasias palatinas.
- Remocao de tecidos hipertroficos.
- Gengivectomias e gengivoplastias.
- Frenectomias.
- Tratamento de Hipertrofia Dilatinica.
- Remocao de tecidos moles sobre dentes impactados.
- Operculotomias.
- Reducao de tuberosidades.
- Incisao e drenagem de abcessos.
- Destruicao ou enucleacao de trajetos fistulosos.
- Biopsias incisionais e excisionais.
- Remocao de lesoes benignas e malignas.
- Remocao e destruicao de remanescentes cisticos de biopsias ou apicectomias.
- Pulpotomias.
- Coagulacao de microexposicoes pulpares em dentes deciduos, seguida pelo capeamento com Hidroxido de Calcio.
- Secagem e esterilizacao de canais endodonticos.
- Clareamento de dentes endodonticamente tratados.
- Dessensibilizacao de dentina e cemento de erosoes cervicais.
- Remocao de tecido ao redor de dentes fraturados, facilitando a colocacao de nucleos e a moldagem dos dentes fraturados.
- Remocao de tecido para facilitar a colocacao de proteses fixas adesivas (Maryland Bridge).
Quanto as CONTRAINDICACOES, a literatura cita:
- Fatores gerais que contraindiquem qualquer tipo de cirurgia.
- Pacientes portadores de marca-passos cardiacos.
- Presenca na sala operatoria de Oxido Nitroso e Oxigenio (explosivos).
- Uso de Etil Cloridro (caso se deseje usar anestesico topico, usar Cetacaine, Hurricaine ou Fridi-Dent).
- Ulceracoes aftosas.
- Proximidade de tecido osseo.
- Presenca de restauracoes metalicas.
- Tecidos inflamados ou pouco espessos.
Com relacao aos DANOS PRODUZIDOS NOS TECIDOS adjacentes, uma publicacao de Trevisan Jr., w. et alls. ("Estudo histologico comparativo da reparacao gengival pos-gengivectomia convencional e eletrocirurgica") onde sao comparadas gengivectomias tradicionais e gengivectomias com eletrobisturi, conclui que ate os 14 dias de pos-operatorio, "ha um retardo, com quadros reacionais mais alterados para a eletrocirurgia", e que "as diferencas na reparacao foram acentuadas no conjuntivo onde, na tecnica com eletrocirurgia encontrou-se estagio reparacional menos avancado em comparacao a tecnica convencional".
Estes autores concluem que "A eletrocirurgia, nao obstante induza maiores dificuldades iniciais no processo de reparo, quando corretamente indicada e executada, pode ser utilizada para realizacao de gengivectomias".
A literatura cita insistentemente a maior dor pos-opertoria da eletrocirurgia, quando comparada as tecnicas tradicionais. Ha ainda o aparecimento de alteracoes pulpares e a formacao de sequelas osseas, alem de retracoes gengivais.
Marcantonio Jr., E. et alls. em sua publicacao "Eletrocirurgia em Periodontia - Apresentacao de dois casos com necrose ossea" relatam que em dois casos em que foram usados os eletrobisturis para melhorar as caracteristicas gengivais com finalidades proteticas, houve a necrose do osso adjacente, com a fromacao de sequestros osseos de ate 8 mm.
Glickman e Imber mostraram em seu trabalho que quando se utilizou a eletrocirurgia longe do tecido osseo, a reparacao foi semelhante a da tecnica convencional. Quando se aproximou do tecido osseo, na eletrocirurgia,houve uma demora na cicatrizacao, maior retracao, perda na altura ossea, com necrose e sequestro osseo.
Assim, estes autores concluem que a eletrocicurgia pode apresentar bons resultados e a retracao gengival e a necrose ossea sao atribuidas a falhas na regulagem do aparelho, indicacao incorreta e inabilidade do operador.
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